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Biologia e cancro: mais próximos da cura?
21 Fevereiro 2019 às 17:30 - 18:30
GratuitoA biologia tumoral condiciona vários desafios aos clínicos que se dedicam ao tratamento do cancro. Caracterizado por ser um espetro extremamente heterogéneo de entidades, com uma complexidade ainda não inteiramente compreendida, o cancro tem uma capacidade de adaptação Darwiniana à pressão seletiva exercida pelas diversas terapêuticas empregues. Adicionalmente, o cancro consegue ainda subverter os mecanismos do sistema imunitário tornando-se indetetável através de mecanismos de escape imunológico.
A disponibilidade sem precedentes de uma quantidade de informação massiva, providenciou uma janela de oportunidade magnífica para o desenvolvimento de novas terapêuticas. Existem neste momento mais fármacos em desenvolvimento para a terapêutica do cancro do que para qualquer outra patologia, correspondendo a um quarto dos ensaios clínicos em curso. Isto trouxe-nos duas novas ondas de fármacos, para além da clássica quimioterapia. Por um lado as terapêuticas dirigidas a alterações moleculares específicas e, por outro, a imunoterapia, que tem como objetivo explorar o potencial do sistema imunitário para a destruição das células tumorais, sendo capaz de ser ativa num largo espetro de patologias e de conseguir respostas sustentadas.
Neste momento, com recurso a estes meios, vislumbra-se numa parte não desprezível de doentes com doença avançada, a eradicação da doença de forma sustentada, colocando no horizonte a possibilidade de tornar o cancro uma doença crónica.